Por incrível que pareça, aconteceu. O acontecido mereceu um pedido de desculpas público, em 2013, por parte da primeira-ministra da Austrália dedicado a todas as mulheres e famílias que foram vítimas de um sistema imposto legalmente pelo governo australiano. Não é uma realidade distante. E, numa altura em que discutimos a liberdade reprodutiva – tema que ganhou novos contornos com o caso de Britney Spears –, esta série é mais uma prova de que a história não pode ficar esquecida.
Grandes vestidos, grandes personagens femininas
Com os vibrantes anos 60 e 70 como pano de fundo, o enredo desta série imperdível do AXN White gira à volta de um grupo de adolescentes que é posto pelas famílias numa casa para mulheres grávidas solteiras, a Stanton House. O destino da gravidez? A adoção, muitas vezes contra a vontade da própria. O programa existiu mesmo e chamou-se precisamente Love Child, como a série. É a amostra de uma realidade paralela, em que muitas jovens foram escondidas da sociedade até que os filhos nascessem – ter filhos fora do casamento era impensável para a época.
Os entraves: a guerra que divide o mundo
O drama acontece numa altura, tempo e lugar, em que a nova geração quebra todas as regras. O movimento hippie, as manifestações estudantis, os movimentos de resistência vivem a par das escolhas que as jovens fazem, as decisões de uma parteira independente que questiona todas as práticas e as próprias vidas do elenco que são o exemplo da mudança radical, cultural e sexual, no caminho para a liberdade. A nova temporada, porém, transporta-nos para um ambiente ainda assim diferente, com o regresso dos velhos ideais, incluindo na música, por conta da Guerra do Vietname. Travou-se mais uma batalha na luta do movimento feminista.
Emancipação, feminismo, direitos das mulheres são os temas presentes e levados à discussão. Imperdível.